domingo, 11 de julho de 2010

Degeneração gradual e progressiva

Para entender a DA, é importante conhecer um pouco sobre o cérebro, pois os sintomas se manifestam de acordo com a área desse órgão que é afetada. Por isso, mostraremos neste post os seus componentes relevantes para a compreensão da doença.


O cérebro é um órgão notável e, aparentemente sem esforço, nos permite realizar todas as atividades do nosso dia-a-dia. Ele gerencia várias funções corporais involuntárias, tais como a respiração, circulação sanguínea e digestão. Também coordena outras ações: podemos falar, ouvir, ver, nos movimentar, nos lembrar, sentir emoções e tomar decisões graças à mistura complexa de substâncias químicas e processos elétricos que ocorrem em nossos cérebros.

Na Doença de Alzheimer, o espalhamento progressivo das placas neuríticas e dos emaranhados neurofibrilares causa os diferentes estágios de sintomas da doença.


Na fase inicial da DA, são afetados majoritariamente o lobo temporal,
o hipocampo e o córtex cerebral:

  • O lobo temporal, que percorre os lados do cérebro com os lobos frontal e parietal, lida com os sentidos do olfato, paladar, e som, e a formação e armazenamento de memórias.
  • O hipocampo, localizado no lobo temporal, é importante para a aprendizagem e memória de curto prazo. Acredita-se que esta parte do cérebro seja o local onde as memórias de curto prazo são convertidas a memórias de longo prazo, para o armazenamento em outras áreas do cérebro.
  • O córtex cerebral é a camada exterior dos hemisférios cerebrais. Este é o lugar onde o cérebro processa informações sensoriais, controla os movimentos voluntários e regula funções cognitivas, tais como pensar, aprender, falar, lembrar, e tomar decisões.

Com a progressão da DA, os sintomas indicam que os marcadores histológicos se espalharam pelos lobos frontal e parietal e pelo sistema límbico.

  • O lobo frontal, que está na frente do cérebro, controla "função executiva" atividades como o pensamento, organização, planejamento e resolução de problemas, bem como memória, atenção, e movimento.
  • O lobo parietal, que fica por trás do lobo frontal, lida com a percepção e integração de estímulos dos sentidos.
  • O sistema límbico é formado por uma rede de estruturas profundas, no interior dos hemisférios cerebrais. Ele desempenha um papel fundamental no desenvolvimento e na realização instintiva de ações e emoções e também é importante na percepção de cheiros, ligando-os com memória, emoções e comportamentos instintivos.

Outroos sintomas apontam para uma disseminação no tronco cerebral e no cerebelo.


  • O tronco cerebral situa-se na base do cérebro. Ele conecta a medula espinhal com o resto do cérebro e controla as funções que acontecem involuntariamente para nos manter vivos: batimentos cardíacos, pressão arterial e respiração. Além disso, a troca de informações entre o cérebro e a medula espinhal envia mensagens para o músculos, pele e outros órgãos. Sono e sonhos também são controlados pelo tronco cerebral.
  • O cerebelo fica acima do tronco cerebral e abaixo do lobo occipital. Representa um pouco mais de 10% do peso do cérebro e desempenha funções no equilíbrio e coordenação. O cerebelo possui dois hemisférios, que recebem informações dos olhos, ouvidos, músculos e articulações sobre os movimentos e posições do corpo.

Esse vídeo explica, de maneira interessante, como ocorre a propagação da DA pelo cérebro, relacionando as áreas gradualmente afetadas pela doença com os sintomas que se manifestam com o desenvolvimento da doença.


O infográfico acima traz um resumo sobre alguns tópicos que foram abordados no blog até então (clique na imagem para aumentar). Após essa visão geral, poderemos então, na próxima postagem, partir para os marcadores histológicos da doença.

Bibliografia:
National Institute on Aging


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