domingo, 18 de julho de 2010

E os emaranhados neurofibrilares?

Continuando a falar das lesões provocadas pela DA, trataremos agora dos emaranhados neurofibrilares.

A mutação de determinados genes é uma das causas da doença de Alzheimer. Uma das mutações que levam ao Alzheimer é a do gene da proteína Tau (MAPT).

Mas o que é a proteína a Tau?

"A Tau é uma fosfoproteína primariamente neuronal, amplamente encontrada no sistema nervoso central e periférico. Está diretamente associada aos microtúbulos. No cérebro, apresenta-se em seis isoformas, derivadas do splicing alternativo de RNAm." Esta proteína está associada à estabilização dos microtúbulos, estruturas presentes no citoesqueleto dos neurônios.



Defeitos no funcionamento dessa proteína estão relacionados a DA. Por exemplo, quando a proteína Tau encontra-se anormalmente fosforilada, esta se torna menos capaz de polimerizar a tubulina (proteínas globulares que compõem os microtúbulos), já que uma vez hiperfosforilada, a proteína Tau diminui sua afinidade com as tubulinas, o que promove a sua desagregação. Por esse motivo, acontece a ruptura do citoesqueleto celular, com consequente morte neuronal.

As proteínas Tau, então, agregam-se, formando os emaranhados neurofibrilares, que levam à progressiva degeneração dos neurônios. A formação desses complexos peptídicos depende do pH e da interação com outras biomoléculas que atuam regulando esse mecanismo; entre elas podemos citar a albumina, IgG, IgA, Zn+, Cu++ e acetilcolinesterase.

A apolipoproteína E (Apo E), principal apolipoproteina expressa no tecido cerebral, apresenta uma importante função no reparo de danos neuronais, redistribuindo os lipídios aos axônios e regenerando as células de Schwann. Mutações no gene da Apo E produzem diferentes isoformas relacionadas com a doença. A Apo E3 previne a fosforilação da proteína Tau, devido à alta afinidade com ela. Já a Apo E4 tem um caráter prejudicial, devido à sua alta afinidade com a β-amiloide e à sua baixa afinidade com a proteína Tau.

A presença de emaranhados neurofibrilares no hipocampo e na região frontotemporal, áreas cerebrais responsáveis pela memória, está fortemente relacionada ao desenvolvimento da DA.

Imagem:

Um comentário: