sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Um caso de Alzheimer

Lembro-me da minha querida Vovó Zelina... Quando criancinha, eu gostava muito de ficar ao seu lado enquanto ela ia vagarosamente para frente e para trás em sua cadeira de balanço. Vovó era alta, magrinha, cabelo branquinho... recordo também que a achava muito bonita e cheirosa. Ela morava em uma cidade do interior e minha família a visitava várias vezes ao ano. Não sabia exatamente o porquê, mas eu tinha um amor e carinho muito grande por aquela velhinha, que, sem parecer se importar muito, nunca retribuía os abraços, apertos e beijos que eu gostava de dar nela.

Papai sempre me contava como havia sido a vida de vovó no passado, que a situação não foi sempre a que eu costumava ver. Mulher temente a Deus, muito trabalhadora, professora; tinha criado nove filhos. Inteligente, e muito respeitada por toda a cidade por sua conduta. Ele me explicava que, depois de mais idosa ela havia adquirido uma doença muito séria que a tinha deixado assim, quietinha, e sem lembrar-se de ninguém, nem de nada. Dependendo de outras pessoas para fazer praticamente tudo, até para comer. Houve algumas vezes que ela abriu o portão de casa e foi dar uma passeada pela cidade, só que não sabia como voltar...
Mas para mim, ela não era apenas uma idosa doente que precisava de cuidados especiais; o que era bom mesmo era falar e ficar sentado ao lado dela, pegando em sua mãozinha fina e enrugada, mesmo que obtendo nada em troca, além de muita desatenção.

Uma das minhas tias conta que um dia houve um leilão para arrecadar fundos na igreja da cidade em que vovó morava, e no meio dos prêmios, havia um enorme e lindo bolo de chocolate com cobertura, pronto para ser arrematado. Eu, ainda bem pequenininho, olhei para aquele bolão e fiquei maravilhado. Foi então que com muita inocência dei um lance, mesmo sem ter muita noção que alguém teria que pagar depois... E quem pagou, arrematando o bolo para mim, foi um dos meus tios. Foi uma sensação indescritível. E, impacientemente, fiquei insistindo para que meu pai me levasse logo para casa para que eu pudesse comer um pedaço. Cheguei em casa e logo pensei na minha vó, ela estava sentadinha na mesa da cozinha, então coloquei o bolo na frente dela. Muito animado falei: "Vovó, esse bolo é para nós dois!". Quando voltamos com a faca e os pratos para cortar, ela já tinha colocado o dedo no bolo e provado um bom pedaço. Fiquei chocado e, todo valente, disse: "Vovó, não pode colocar o dedo, tem que esperar cortar o pedaço". Foi aí que ouvi a única frase que eu lembro da minha vó ter falado diretamente para mim: "Ô menino feio!"...

Vovó Zelina morreu em 2005 com oitenta e quatro anos. O Alzheimer e seus sintomas a acompanharam fortemente desde o tempo que tenho minhas primeiras recordações dela. Que os que sofrem dessa doença possam obter o mesmo cuidado e ser tratados com o mesmo carinho que minha vó recebeu da família...

De um neto com saudades de sua avó,
Vitor

Novidades: Achada ligação entre proteína e Alzheimer


Continuando a falar das novidades relacionadas ao Mal de Alzheimer, vai ai mais um post....

Pesquisadores americanos do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) estão desenvolvendo um tratamento contra a DA com base e, uma proteína capaz de bloquear a progressão da doença em ratinhos de laboratório. A ativação da proteína SIRTUÍNA em tais animais foi capaz de surprimir a doença. Na ausências das proteína, os sintomas retornavam.

O resveratrol, substância que ativa a sirtuína, e que é encontrada em uvas e no vinho tinto já existem na natureza, entretanto, não conseguem atingir o cérebro. Romper essa barreira é um dos desafios da pesquisa.

O resultado do trabalho também aumenta a esperança de que outras doenças neurodegenerativas, como a de Parkinson e a de Huntington, possam ser tratadas com remédios que ativem essa mesma substância.

Para Dennis Selkoe, da Escola Médica da Universidade Harvard, a descoberta de que a sirtuína estaria ligada à biologia da doença "chama a atenção", embora as implicações terapêuticas "ainda estejam no ar".

Juan Troncoso, da Escola de Medicina da Universidade Johns Hopkins, diz que o estudo "abre um bom caminho para um futuro tratamento da doença". Ele ressalta, no entanto, que ainda há muitos desafios técnicos.

O resultado do trabalho também aumenta a esperança de que outras doenças neurodegenerativas, como a de Parkinson e a de Huntington, possam ser tratadas com remédios que ativem essa mesma substância.


Fonte: http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20100727/not_imp586481,0.php

Novidades: Teste de fluido da coluna vertebral pode prever Alzheimer


De acordo com resultados de uma pesquisa, um teste com o líquido espinal pode ser 100% eficiente no diagnóstico de pacientes com perda significativa de memória, suscetíveis a desenvolverem o Mal de Alzheimer.

Os médicos chegaram a conclusão de que os primeiros sintomas da DA surgem uma década ou mais após a doença se instalar no sistema nervoso. Por esse motivo, quando se iniciam os tratamentos os efeitos danosos da doença, já estão bastante agravados.

Dessa forma os estudo se baseia na expectativa de se encontrar boas maneiras para identificar as pessoas que possuem a tendência de desenvolverem a doença e usá-las em um outro estudo para se ter uma noção mais exata de quanto tempo se leva para que os sintomas ocorram, para assim se poder desenvolverem medicamentos que retardem, ou até mesmo impeçam a doença.

Com esses novos resultados, surge a dúvida: "os médicos devem oferecer, ou pacientes aceitarem, tal teste comercialmente para encontrar uma doença que ainda é incurável?"

Entre os que condenam o procedimento alegam que o teste ainda não é 100% confiável: podem variar de laboratório. Além do que esses testes só foram realizados em pacientes cuidadosamente selecionados, ou seja, não se sabe se os mesmos resultados obtidos se aplicam a pacientes que sofreram acidente vascular cerebral ou depressão, que possam afetar as suas memórias.

Por outro lado, os que defendem, alegam que pacientes com perda de memória, não sofrem necessariamente da DA, e que por isso o teste ajudaria a sanar as dúvidas quanto ao diagnóstico.


Uma desvantagem, porém, é que o fluido espinhal é obtido com a punção lombar, e esse procedimento, com a suas possíveis complicações, bem como a reputação de dor , deixa a maioria dos médicos e pacientes nervosos. O processo envolve a colocação de uma agulha no espaço da coluna vertebral e a retirada de uma pequena quantidade de líquido.

Os resultados obtidos foram os seguintes:

O estudo incluiu mais de 300 pacientes de 70 anos, 114 com memórias normais, 200 com problemas de memória e 102 com mal de Alzheimer. O fluido espinhal foi analisado para encontrar beta amilóide, um fragmento de proteína que forma placas no cérebro, e tau, uma proteína que se acumula nas células nervosas mortas do cérebro.

Quase todas as pessoas com Alzheimer apresentaram o característico nível de proteína no líquido espinhal. Quase três quartos das pessoas com transtorno cognitivo leve, um impedimento de memória que pode preceder a doença de Alzheimer, tinha proteínas como no Alzheimer, e desenvolveram a doença no prazo de cinco anos. E cerca de um terço das pessoas com memórias normais tiveram líquidos indicativos do Alzheimer. Os investigadores suspeitam que essas pessoas desenvolverão problemas de memória.

A hipótese mais aceita sobre Alzheimer diz que o acúmulo de amilóide e tau são necessários para a doença e que a interrupção das proteínas poderia parar o seu desenvolvimento. Mas ainda não é conhecido o que acontece quando estas proteínas se acumulam no cérebro de pessoas com memória normal. Elas podem ser um fator de risco como níveis elevados de colesterol, ou pode significar que a doença de Alzheimer já iniciou e se a pessoa viver tempo suficiente, irá com certeza ter sintomas como perda de memória.


Fonte:http://hypescience.com/teste-de-fluido-da-coluna-vertebral-pode-prever-alzheimer/

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Riscos do Alzheimer crescem para quem bebe e fuma


Uma equipe do Centro Médico Monte Sinai, localizado em Miami, Estados Unidos, chegaram a uma conclusão após a realização de estudos: o risco dos sintomas do mal de Alzheimer aparecerem mais cedo é maior no grupo de pessoas que bebem e fumam excessivamente. Esse estudo, além de levar em consideração os efeitos do álcool e do tabaco no organismo, também considerou se as pessoas estudadas eram ou não portadoras da variante A4 do gene apoE, variante esta que quando presente aumenta a possibilidade de incidência da DA. ( Este tema já foi abordado em um post anterior)

O grupo amostral analisado nessa pesquisa era composto por 939 pessoas com mais de 60 anos, que já haviam sido diagnosticadas como prováveis portadores do mal de Alzheimer. Segundo os pesquisadores, 7% dos voluntários tinham o hábito de beber “pesadamente” (padrão definido com base no consumo de pelo menos dois drinques ao dia). Outros 20 % fumavam pelo menos um maço de cigarros por dia. Destes, 27% apresentavam a variante genética do apoE.

RESULTADOS: Pessoas que tinham o costume de ingerir álcool desenvolveram a doença, em média, 4,8 anos antes dos demais. Já aquelas que faziam uso do tabaco, 2,3 anos antes. Entre aqueles que bebiam, fumavam e eram portadores da variante A4, os efeitos da doença podiam ser sentidos, em média, aos 68,5 anos, ao passo que nos portadores da variante A4, que nem bebiam nem fumavam, o distúrbio se manifestou por volta dos 77 anos.

Dessa forma foi possível concluir que evitando o consumo de álcool, bem como o hábito de fumar, é possível retardar o aparecimento dos sintomas da Doença de Alzheimer, ou menos evitar alguns casos.


domingo, 15 de agosto de 2010

Bacon e salame podem causar Alzheimer e Parkinson!?

Em revisão publicada no Journal of Alzheimer’s Disease, pesquisadores do Hospital Rhode Island encontraram um vínculo substancial entre o aumento de mortes por doenças, incluindo mal de Alzheimer, diabetes mellitus e Parkinson, com o aumento dos níveis de nitratos em nosso ambiente e em alimentos. Essas substâncias são adicionadas em grande quantidade em produtos como bacon, carnes curadas e embutidos (presunto, salame e peito de peru, por exemplo).

Nitritos e nitratos pertencem a uma classe de compostos químicos que têm sido consideradas prejudiciais aos seres humanos e animais. Mais de 90% destes compostos que foram testados foram determinados cancerígenos em vários órgãos. A exposição a esses compostos também ocorre através da fabricação e transformação de produtos de borracha e látex, bem como fertilizantes, pesticidas e cosméticos.

As nitrosaminas são formadas por uma reação química entre os nitritos ou outras proteínas. O nitrito de sódio é deliberadamente acrescentado à carne e ao peixe para evitar a produção de toxinas; é também usado para preservar cor e sabor de carnes. Além disso, carne moída, bacon e carnes curadas contêm grandes quantidades de aminas devido ao seu elevado teor de proteínas. Por causa dos níveis significativos de nitratos e nitritos adicionados, nitrosaminas são quase sempre detectáveis nesses alimentos.

As nitrosaminas se tornam altamente reativas a nível celular, o que, em seguida, altera a expressão gênica e causa danos ao DNA. Os pesquisadores propõem que as alterações celulares que ocorrem como resultado da exposição nitrosaminas são fundamentalmente semelhantes aos que ocorrem com o envelhecimento, como no mal de Alzheimer, na doença de Parkinson e no diabetes mellitus tipo 2.

Os autores afirmam que a evolução temporal das taxas de aumento da prevalência da doença de Alzheimer, Parkinson e diabetes não pode ser explicada com base apenas em mutações genéticas. Dessa forma, eles também
relacionam as tendências clássicas da doença à exposição aos compostos. Devido ao fato de as nitrosaminas produzirem mudanças bioquímicas dentro das células e tecidos, é concebível que a exposição crônica a baixos níveis de nitritos e nitrosaminas através dos alimentos processados, água e fertilizantes seja responsável pela atual epidemia dessas doenças e pelo aumento das taxas de mortalidade que lhes estão associados.

Se esta hipótese estiver correta, as soluções possíveis incluem a eliminação do uso de nitritos e nitratos no processamento de alimentos, preservação e agricultura; a tomada de medidas para prevenir a formação de nitrosaminas e empregar medidas segura e eficaz para desintoxicar comida e água antes consumo humano.


http://www.j-alz.com/press/2009/20090706.html
http://www2.uol.com.br/vivermente/noticias/bacon_e_salame_podem_causar_alzheimer_e_parkinson.html



Cogumelos?

Espécies comestíveis cultivadas no Brasil têm pouca caloria e combatem doenças comuns na velhice, como o mal de Alzheimer. Cogumelos contêm ainda vitaminas do complexo B, minerais e fibras. Sabemos pouco sobre seus sabores, conhecemos menos ainda suas propriedades funcionais, mas o valor nutricional do cogumelo foi destrinchado por um grupo de pesquisadores da Faculdade de Engenharia de Alimentos da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).

O fungo, ainda impopular, ganha ponto no quesito ação antioxidante, com substâncias que previnem o envelhecimento das células e são importantes para todas as reações metabólicas, além de ser pouco calórico. Em cada 100 gramas de shitaki ou shimeji, por exemplo, há apenas 35 calorias.

Cada tipo de cogumelo apresentou uma composição nutricional, também foi influenciada pela forma de cultivo. Em uns, há mais cálcio, em outros, mais vitaminas ou proteínas, mas todos com alto teor de ácido fólico, que mostra ações benéficas em relação a doenças como o mal de Alzheimer, doenças cardiovasculares e degenerativas.

“Comparado com as maiores fontes tradicionais, como o brócolis e o espinafre, o cogumelo chega a ter três vezes mais o teor desses nutrientes”, explica a pesquisadora Helena Godoy.

Cem gramas de cogumelo têm mais folato do que recomenda a Organização Mundial de Saúde (OMS) para um dia. Mas a pesquisadora Helena Godoy faz um alerta: quando o alimento é processado ou armazenado em conserva, há perda de nutrientes. Por isso, recomenda-se a ingestão do cogumelo cru ou com processamento leve.


http://www.faxaju.com.br/viz_conteudo.asp?codigo=217201014165864240
http://www.fea.unicamp.br/~site/index.php/documento/554

domingo, 8 de agosto de 2010

Curiosidade! Pau-Brasil e Alzheimer




Estudos em andamento no Departamento de Bioquímica da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp)indicam a existência de propriedades antiinflamatórias e anticoagulantes nas sementes do Pau-Brasil, árvore típica brasileira ameaçada de extinção. Além disso, há grandes chances de que essas propriedades sejam usadas no tratamento da psoríase (inflamação na pele) e do Mal de Alzheimer.

"No caso do mal de Alzheimer, ainda estamos num estágio inicial, mas bastante promissor" – afirma a pesquisadora Mariana da Silva Araújo, do Departamento de Bioquímica da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).

É que uma dessas proteínas, chamada de CeKI, já provou ser capaz de inibir a produção de enzimas, como a calicreína, envolvidas com o mal de Alzheimer. É nisso que estamos trabalhando atualmente" - conclui a pesquisadora.

As primeiras etapas das pesquisas envolveram testes com a proteína CeKI, que revelou ser capaz de inibir a ação de enzimas que participam dos processos de coagulação do sangue. "Os testes mostraram que ela causava significante prolongamento do tempo de coagulação" – conta a pesquisadora.

Boa parte desses estudos foram relatados no livro “Pau-brasil, da semente à madeira“, de Rita de Cássia Figueiredo Ribeiro e colaboradores, publicado pelo Instituto de Botânica de São Paulo em 2008.

O conhecimento cientifico em torno do pau-brasil tem muitas lacunas, que aos poucos vão sendo preenchidas, como é o caso dessas pesquisas com suas sementes – diz Yuri Tavares Rocha, do Departamento de Geografia da USP, colaborador do livro.

A boa notícia é que não é mais necessário se cortar uma árvore para a realização dos estudos, já que o gene de uma proteína do pau-brasil (CeEI) foi clonado por esse grupo de pesquisadores, evitendo o uso de sementes originais e oferecendo proteção ao pau-brasil, tão ameaçado de desaparecer da biota brasileira e tão rico em importâncias medicinais.
"Com isso, podemos realizar as pesquisas sem a necessidade de usar as sementes originais" – afirma Mariana.

Fonte: Inovação Tecnológica.

sábado, 7 de agosto de 2010

Britney Spears ajuda diagnóstico de pacientes com risco de Alzheimer




Não, A cantora pop, Britney Spears, não doou milhões de dólares para algum centro de pesquisas da DA, mas seu nome e o de muitas outras celebridades ajudou a equipe de pesquisadores da Cleveland Clinic a encontrar uma maneira de diagnosticar pacientes de risco antes dos sinais da doença aparecerem.

Acontece que quando as pessoas que estão em maior risco de Alzheimer tentam reconhecer um nome famoso, o cérebro é ativado de modos muito diferentes daqueles das pessoas que não estão em risco. E os cientistas podem ver realmente essa diferença usando ressonância magnética funcional.

Na revista Neurology, uma equipe liderada por Stephen Rao, um especialista em imagens cerebrais, descreve um estudo de 69 homens e mulheres saudáveis com idades entre 65-85 anos.Os pesquisadores dividiram o grupo em três: os que não tinham fatores de risco para a doença de Alzheimer, aqueles que tinham um histórico familiar da doença, mas nenhum indicador genético, eles próprios, e aqueles que tiveram ambos, os membros da família com a doença de Alzheimer, bem como a proteína chamada apolipoproteína E4 (ApoE4), que tem sido associada à condição. Eles fizeram um exame em uma máquina de ressonância magnética com todos os participantes, e quando os voluntários estavam lá, viram nomes de famosos e não tão famosos que passavam na frente deles.

A equipe de Rao descobriu que quando os voluntários viram nomes como Britney Spears, George Clooney, Albert Einstein e Marilyn Monroe, aqueles que estavam em maior risco de desenvolver Alzheimer - os com a genética e a história familiar - mostraram altos níveis de atividade no hipocampo, cíngulo posterior e nas regiões do córtex frontal, todas áreas envolvidas na memória. O grupo controle apresentou o padrão oposto.Seus cérebros tornaram-se mais ativos quando viram nomes pouco conhecidos.

Isso poderia significar que as pessoas em situação de risco estavam trabalhando duro para reconhecer as celebridades muito conhecidas, compensando, com outros neurônios, aqueles já danificados ou destruídos, que não estavam em funcionamento, enquanto o grupo controle teve que lutar só ao tentar registrar os nomes dos pouco conhecidos.

"Nós todos sabemos que o cérebro muda metabolicamente numa fase muito precoce da doença, bem antes que os sintomas clínicos apareçam. Esse tipo de técnica valida esse conceito." diz o Dr. Ralph Nixon, um psiquiatra da Universidade de Nova York e vice-presidente do Conselho Consultivo médico e científico da Associação de Alzheimer.

A idéia não é necessariamente para diagnosticar precocemente a doença de Alzheimer, diz Rao. Mas os estudos de imagem podem ajudar a identificar os mais vulneráveis ao declínio cognitivo, para que possam participar em ensaios clínicos de novos medicamentos destinados a adiar ou reduzir os sintomas. "Se pudermos retardar o aparecimento da doença de Alzheimer por cinco anos", diz ele, "segundo algumas estimativas, podemos reduzir a incidência da doença de Alzheimer pela metade. Se pudermos retardar a doença por 10 anos, quase que poderíamos eliminá-la, porque as pessoas iriam morrer em outras condições primeiro."


http://www.britney.com.br/?nid=32655

http://www.time.com/time/health/article/0,8599,1918352,00.html

Em busca da pilula da memória

"Um estudante lê um texto diversas vezes, repete em voz alta e faz anotações, na tentativa de aprender fatos, datas ou conceitos e recordá-los horas ou dias mais tarde, no momento de uma prova. Na véspera de um exame, muitos jovens gostariam de ter à mão uma 'pílula da memória' ou 'pílula inteligente', um medicamento que pudesse facilitar a função cognitiva e ampliar a capacidade de adquirir, armazenar e recordar informações, tornando mais fácil e rápido o árduo processo de aprender pelo estudo.

A conveniência do uso de pílulas por indivíduos novos e saudáveis para tentar ampliar a capacidade de aprendizado e memorização é tema para debate. No entanto, tais medicamentos representam uma necessidade real e uma enorme esperança para as pessoas afligidas pela perda de memória que acompanha o envelhecimento, a doença de Alzheimer e outros tipos de doenças neurológicas e psiquiátricas. De fato, a busca da 'pílula da memória' é hoje um dos grandes desafios da pesquisa médica, concentrando os esforços de vários laboratórios em universidades, empresas de biotecnologia e indústrias farmacêuticas.

Apesar dos espetaculares avanços no entendimento das bases biológicas da memória obtidos pelos neurocientistas, especialmente nas últimas duas décadas, não se pôde ainda encontrar nenhum medicamento que a auxilie na prateleira da farmácia mais próxima. Os efeitos de compostos que hoje são comercializados como facilitadores da cognição, como os suplementos fitoterápicos gingko biloba e ginseng, são controversos e muitas vezes decepcionantes quando avaliados em estudos clínicos rigorosos. Os medicamentos utilizados para o tratamento da doença de Alzheimer, como o donepezil, que aumenta a concentração do neurotransmissor acetilcolina, não melhoram a retenção de memórias de maneira satisfatória.

O desenvolvimento desse tipo de medicamento é complicado pela complexidade da memória. Por exemplo, não se sabe como facilitar de forma seletiva a capacidade de memorizar informações desejáveis sem ao mesmo tempo estimular a retenção ou a recordação de acontecimentos irrelevantes, desagradáveis, ou mesmo traumáticos. Além disso, algumas substâncias, como o hormônio cortisol, podem em determinadas condições estimular uma fase da memória (o armazenamento de informações), mas prejudicar outra (a recordação da informação já armazenada).

Apesar dessas limitações, talvez não esteja distante o dia em que um medicamento eficaz se torne realidade na prática clínica. Avanços na compreensão dos mecanismos moleculares que permitem a formação e recordação de memórias no cérebro têm permitido a identificação de compostos químicos que podem trazer benefícios de forma eficiente e segura. Alguns medicamentos já estão em fase experimental em humanos.

Um grande número de estudos em animais demonstra que a substância adenosina monofosfato cíclico (AMPc) é um mensageiro químico fundamental para a facilitação da transmissão nervosa e a formação da memória. Compostos que aumentam os níveis cerebrais de AMPc estão sendo testados como potenciais 'pílulas inteligentes'. Alguns deles já estão em fase inicial de testes em humanos.

O aminoácido glutamato é o principal transmissor químico que ativa os neurônios e dá início à seqüência de eventos bioquímicos que permite o reforço das sinapses e a formação da memória. O glutamato age ligando-se a proteínas nas membranas dos neurônios, os receptores glutamatérgicos. Compostos chamados ampakinas, que estimulam de forma seletiva os receptores glutamatérgicos, estão em fase adiantada de testes clínicos e apresentam resultados promissores para o tratamento de disfunções de memória associadas ao Alzheimer e outras doenças neuropsiquiátricas.

Várias outras famílias de substâncias são importantes para regular a capacidade do cérebro de formar memórias e poderiam servir como base para o desenvolvimento de novos medicamentos. Estudos feitos por nosso grupo de pesquisa indicam que peptídeos (pequenas proteínas) da família da bombesina, encontrada na pele de sapos, ou substâncias sintéticas semelhantes a eles, podem melhorar a memória em animais de laboratório e prevenir a perda de memória em modelos animais de doenças neurológicas. A corrida pela 'pílula da memória' começou. As vítimas de doenças neurológicas esperam pelo dia em que alguém consiga cruzar a linha de chegada."

Artigo retirado do site:
http://www.sciam.com.br/artigos/em_busca_da_pilula_da_memoria.html

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Celulares podem proteger contra o Alzheimer



Uma pesquisa publicada na revista norte-americana, Journal of Alzheimer's Disease, usa ratos de laboratório para experimento com ondas eletromagnéticas, semelhantes àquelas dos celulares, que poderiam prevenir os efeitos degenerativos da Doença de Alzheimer. Esses estudos abrem uma porta para a criação de tratamentos não-invasivos e sem o uso de medicamentos, diminuindo danos aos tecidos e reações adversas.

O autor principal do estudo, Gary Arendash, acreditava, em princípio, que as ondas eletromagnéticas seriam possíveis causadoras da doença neuro-degenerativa, até usar o tratamento com celulares em ratos dementes, os quais obtiveram resultados excelentes em testes de raciocínio e memória, tão bons quanto os ratos normais. Esses ratos foram expostos à radiação, igual à emitida por celulares, 2 horas diárias por um período de 7 a 9 meses. "Muito pelo contrário, esses ratos eram protegidos se a exposição aos celulares começasse no início da fase adulta. Ou se a exposição começasse depois de terem desenvolvido problemas de memória, ela revertia essa deficiência", afirmou Arendash em entrevista telefônica.

Além disso, verificou-se melhora e reversão no quadro da doença. Isso se deve ao fato de as radiações eletromagnéticas eliminarem o acúmulo de proteínas beta-amilóide em placas no cérebro. "Ela (a onda magnética) previne contra a agregação da proteína maligna no cérebro", disse Arendash. "As descobertas são intrigantes para nós porque abrem portas para um novo campo na neurociência, acreditamos nós, que é o de efeitos a longo prazo dos campos eletromagnéticos na memória".



Atualmente, o pesquisador Gary Arendash estuda a possibilidade de realizar testes em humanos, a fim de criar mecanismos de ação mais rápidos que proporcionem uma efetiva melhora, e até regressão, dessa demência que afeta, em média 35 milhões de pessoas no mundo. Muitos de seus tratamentos foram extremamente eficazes em ratos, porém pouco expressivos em seres humanos.




quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Novo exame promete revolucionar o diagnóstico do Mal de Alzheimer




Atualmente, a única forma de diagnóstico definitivo do Alzheimer é através de autópsia do cérebro após a morte do paciente.Dessa meneira, a única forma de detecção tem sido o uso de testes de memória e raciocínio, bem como a capacidade dos pacientes de manter seus habitos de higiene e cuidados pessoais.
Muitos erros, na faixa de 20%, ocorrem em diagnósticos médicos, até mesmo nos melhores centros de tratamento.

No entanto, no mês de julho de 2010, uma empresa apresentou, em uma conferência internacional, ocorrida no Havaí, um exame de imagem cerebral capaz de captar a imagem cerebral e de detectar a existência das placas, características da doença, revolucionando a prevenção e o desenvolvimento de fármacos capazes de reatardar ou eliminar o surgimento dos aglomerados proteicos de beta-amiloide no cérebro.

Os exames de imagem foram desenvolvidos por uma empresa da Filadélfia, a Avid Radiopharmaceuticals, e, de forma independente, pela Bayer e General Electric. Eles usam contraste radioativo para visualizar a placa no cérebro com um exame de tomografia de emissão de pósitron.

Embora os exames tenham aparentado ser promissores, as empresas precisavam mostrar que o que eles revelavam era o mesmo que um patologista veria na autópsia.Dessa maneira, a Avid demonstrou seus resultados através da apresentação dos estudos pelo médico Dr. Christopher M. Clark, na forma de uma comparação entre métodos de diagnóstico diferentes e o novo exame.

Para comparar os exames de imagem com os resultados da autópsia, a empresa examinou o cérebro de 35 pessoas em casas de repouso com previsão de morrer em seis meses. Algumas tinham Alzheimer, outras, não. Após a morte dos pacientes, seus cérebros foram enviados a Phoenix, onde um patologista os dividiu em cerca de 100 pedacinhos e enviou para análise das placas.

Patologistas de Montreal analisaram os pedaços de cérebro com um computador que contou as placas. De forma independente, patologistas em Chicago os analisaram de forma tradicional – observando os pedaços de cérebro com um microscópio e contando manualmente as placas microscópicas.

Ao mesmo tempo, na Filadélfia, radiologistas examinaram as imagens e calcularam a quantidade de placa presente nos cérebros de pacientes e, de forma independente, usaram um computador para analisar a quantidade de placa das imagens. Nem os radiologistas, nem os patologistas sabiam se os pacientes apresentavam demência.

Em 34 de 35 pacientes, o exame de tomografia de emissão de pósitron, o relatório dos patologistas e o relatório computadorizado de patologia concordavam. Em um paciente que tinha Alzheimer, o patologista e o radiologista que analisaram o exame não viram muita placa, mas a análise computadorizada do exame e os dois relatórios de autópsia acusaram a presença de placas.

Muitos especialistas em Mal de Alzheimer foram entrevistados e acharam o novo exame muito convincente, mas que é preciso ter cautela para verificar a veracidade do diagnóstico. De qualquer forma, esse novo exame promete a correta verificação da doença, e torna possível estudos mais aprofundados para a promoção da desaceleração do crescimento de placas e até mesmo a cura do Alzheimer.

Retirado de: http://noticias.uol.com.br/ultnot/cienciaesaude/ultimas-noticias/2010/07/19/novo-exame-cerebral-pode-detectar-mal-de-alzheimer.jhtm

terça-feira, 3 de agosto de 2010

Cuidados para a Doença de Alzheimer em sua fase leve- parte II

Uma das implicações do diagnostico do mal de Alzheimer é a decisão sobre a capacidade para realizar atividades mais complexas do dia-a-dia.
O DIAGNÓSTICO É DOENÇA DE ALZHEIMER, É POSSIVEL CONTINUAR DIRIGINDO?
A resposta para esta pergunta pode parecer simples- o diagnóstico de DA significa o prejuízo a capacidades essenciais para dirigir de modo seguro, portanto essa atividade deve ser suspensa. Infelizmente a decisão não é tão simples. Em geral, as pessoas diminuem o tempo de direção e param de dirigir com o avançar da idade, mas, para muitos dirigir faz partes da manutenção da independência e é essencial para a realização de muitas atividades. Sobre a decisão de parar de dirigir, dois aspectos devem ser considerados: se uma pessoa não tem condições para dirigir, mas continua a fazê-lo, sua vida e de outras pessoas pode ser colocada em risco; se uma pessoa tem condições para dirigir, mas é impedida, sua independência é injustamente prejudicada. Relatos de maior taxa de acidentes automobilísticos entre motoristas com doença de Alzheimer levaram a sugestão de que o diagnostico da doença deveria implicar a suspensão da licença para dirigir. Na realidade, a comparação entre pessoas da mesma idade sem a DA não mostrou que esse diagnóstico aumentasse a probabilidade de acidentes, pelo menos na fase inicial da doença. A DA pode prejudicar a eficiência do dirigir por diferentes mecanismos: pela desorientação espacial; múltiplos déficits cognitivos, comprometendo a atenção, habilidade viso-espacial, processo de tomada de decisões podem dificultar a percepção de situações especificas no transito e a resposta a elas em tempo adequado. Este aspecto do dirigir que apresenta riscos. Não há teste de avaliação mental que tenha uma boa correlação com a capacidade de dirigir, por isso a decisão sobre dirigir ou não deve ser feita de outro modo. Dirigir supõe aspectos técnicos, como a mudança de marcha e a precisão ao tirar o carro da garagem e estacionar. Supõe também a adesão as normas de transito, como respeito aos sinais luminosos e cuidado ao entrar em uma via preferencial. Adicionalmente existem situações que exigem ainda mais, como decidir se uma ultrapassagem é segura ou não. Assim, não existe no Brasil legislação especifica para direção e doença de Alzheimer, e a decisão recai sobre a família que, para isso, pode pedir auxilio do medico e também de psicólogos. A observação da maneira como o carro é usado pode ser útil, a família pode prestar atenção se o portador da DA demora muito para mudar a marcha, entra na contramão, é desatento ao entrar em via preferencial, tem dificuldades em manobrar.
É POSSÍVEL CONTINUAR ADMINISTRANDO O PRÓPRIO DINHEIRO?
O controle das finanças não exige apenas memória, mas também capacidade para avaliar alternativas, tomar decisões e prever suas conseqüências. Essas capacidades, que em conjunto recebem o nome de “função executiva”, estão afetadas precocemente na doença de Alzheimer, e muitas vezes é necessário decidir se essa pessoa ( diagnosticada com a doença) pode continuar administrando o próprio dinheiro. Está é uma área difícil de abordar, porque a tentativa de ajuda pode ser vista como intromissão ou ainda como tentativa de apossar-se de recursos financeiros. A menos que haja erros gritantes, falhas nessa área só são percebidas com observação atenta. Determinar a competência para decisões financeiras é importante, pois dificilmente é possível uma anulação de alguma ação anterior à determinação legal de incapacidade. Assim, uma vez que se decida que a supervisão nas finanças é necessária, deve ser escolhido um supervisor. Visto que finanças é um assunto delicado, talvez a solução seja a declaração legal de incapacidade para gerir o próprio dinheiro e tomar decisões a esse respeito.
EXISTE TRATAMENTO?
O tratamento da doença de Alzheimer tem dois aspectos: os medicamentosos e os não medicamentosos, ambos igualmente importantes. Na DA ocorre uma perda de neurônios, mas isso não ocorre da mesma maneira em todo o cérebro- no inicio da doença são perdidos principalmente neurônios que usam como mensageiro químico um neurotransmissor chamado Acetil-colina, tal perda no inicio, ocorrendo principalmente nas áreas da memória e nas responsáveis por alguns aspectos do comportamento, o que explica algumas das primeiras alterações verificadas nessa doença. A perda de neurônios que produzem acetil-colina faz com que menor quantidade esteja disponível. As tentativas de aumentar a produção de acetil-colina administrando lecitina não apresentam bom efeito. Já os medicamentos que inibem a degradação, aumentando a quantidade de acetil-colina disponível, mostraram melhor resultado. Atualmente estão disponíveis três medicamentos com esta ação: donepezil, galantamina e rivastigmina. Embora tenham ação semelhante, essas drogas apresentam pequenas diferenças. Desse modo, o fato de uma pessoa não responde a uma delas não significa que ela não possa responder a outra.
COMO POSSO AJUDAR NO TRATAMENTO?
O tratamento de Alzheimer não envolve apenas medicação. Enquanto algumas habilidades esta prejudicadas pela doença, outras estão conservadas. É possível usar capacidades preservadas para suprir em parte as que estão prejudicadas. Pode se útil a ajuda de psicólogos ou terapeutas ocupacionais para fazer isso. É importante também que o profissional tenha experiência na reabilitação dessa doença, que é progressiva. Em primeiro lugar, não se deve tratar alguém na fase inicial do Alzheimer como um inválido, pois o seu objetivo é manter a vida o mais normal possível e, dentro do que estiver em seu alcance, preservar a independência. Isso gera aspectos positivos: contribui para manter a dignidade e auto-estima do paciente. É necessário estar atento porque algumas coisas podem estar fora do alcance de ajuda e, neste caso, a insistência só causará frustração ou uma crise de choro ou até uma explosão de raiva que pessoas com a DA apresentam quando se sentem pressionadas a fazer algo que não conseguem. Geralmente essas reações catastróficas são precedidas de crescente reclamação sobre a tarefa ou inquietude. O segundo ponto importante é a escolha das atividades, que devem ser agradáveis e ter algum significado como exercitar os interesses prévios; mas também atividades que nunca foram praticadas anteriormente podem ter resultados bastante satisfatórios. Dentro da atividade escolhida, o nível de complexidade deve ser adequado porque pode levar atividades infantilizadas, percebidas como tal pelo possuidor da doença de Alzheimer, que com toda razão pode deprimir-se ou irritar-se. Muitas pessoas na fase inicial da doença ainda trabalham e se opõem a parar, no entanto, para algumas atividades que exigem muito esforço da memória, isso não é possível.
TENHO COMO EVITAR A DOENÇA DE ALZHEIMER?
Como não sabemos o que desencadeia a doença de Alzheimer, não existe um método para realmente evitar a doença, mas existem muitas atitudes que podem adiar seu inicio. A DA ataca inicialmente as sinapses, isto é, os pontos de contato que permitem que os neurônios se comuniquem entre si e que novas memórias sejam formadas. Pessoas com atividade intelectual intensa estabelecem mais sinapses e, portanto, formam uma espécie de reserva. Por causa dessas sinapses”extras” estas pessoas precisam perder mais volume cerebral antes que apareçam os primeiros sintomas da doença. É por essa razão que pessoas altamente intelectualizadas tendem a ter Alzheimer mais tarde cujos sintomas progridem também mais devagar. Outra maneira de adiar a doença é poupar o cérebro de danos por outras razoes. Isso pode ser feito mantendo a circulação cerebral na melhor condição possível, o que significa tratar a hipertensão arterial, diabetes e alterações do colesterol. Neste mesmo sentido, a atividade física regular também ajuda. Outras atitudes que podem auxiliar incluem o tratamento da depressão e evitar o abuso de álcool. Logo, manter um estilo de vida saudável pode fazer com que a evolução da doença de Alzheimer seja mais favorável.
Retirado de: Manual do cuidador doença de Alzheimer na fase leve, de Dr. Paulo H.F. Bertolucci.

Cuidados para a Doença de Alzheimer em sua fase leve- parte I


Com as melhores condições de vida e os progressos da medicina, as pessoas estão vivendo mais. Se por um lado isso é bom, porque significa aproveitar a vida por mais tempo, significa também que mais pessoas estão sujeitas a doenças associadas ao envelhecimento. Alterações em todos os sistemas do organismo são esperadas com o avançar da idade: a pele fica mais fina e seca, os ossos mais frágeis, os olhos têm dificuldade em adaptar-se para curta distancia. É claro que essas alterações podem variar de pessoa para pessoa, estando quase ausentes em algumas e muito marcadas em outras. Com o cérebro não é diferente: o envelhecimento acarreta alterações anatômicas e funcionais. Assim, Poe exame de tomografia (TC) ou ressonância magnética (RM) é possível verificar que há uma redução do volume, o cérebro fica menor. Em paralelo, ocorrem também alterações no modo como o cérebro funciona, especialmente em relação à memória. O processo de memorização pode ser mais difícil para uma pessoa idosa porque a velocidade de processamento diminui, é mais difícil inibir estímulos conflitantes e a estratégia de organização da informação é menos eficiente.

É DEMENCIA OU DOENÇA DE ALZHEIMER?

‘’Demência’’ é um termo usado para descrever pessoas com progressiva alteração da memória, geralmente memória para fatos recentes que, alem disso, tem dificuldade em outras áreas, como a capacidade de planejamento e linguagem. Demência é então uma síndrome cujos sintomas podem ter diferentes causas. A causa mais comum de demência é a DA, mas a causa pode ser outra como conseqüência de isquemia cerebral repetida, causando pequenas lesões que vão se somando (demência vascular).

SERÁ QUE É MESMO DOENÇA DE ALZHEIMER?

Esta é uma duvida freqüente e compreensível, quando se pensa que essa doença pode evoluir. Na situação atual, o único modo de afirmar com certeza se a pessoa possui a DA é por meio de estudo do tecido cerebral, exigindo uma biopsia cerebral, que é um exame bastante complexo. Por essa razão, o diagnóstico de DA é feito por exclusão das outras demências. Portanto, quando alguém recebe o diagnóstico de doença de Alzheimer, isto significa alguém com progressiva alteração da memória e outras funções para quem foram excluídas outras possíveis causas. Para excluí-las, outros exames podem ser necessários dependendo do tempo da doença, dos resultados da avaliação do estado mental. Nessa avaliação é necessário demonstrar que a pessoa tem falha de memória e de outras funções, como a capacidade de planejamento e linguagem. Isso é feito pela aplicação de escalas que testam a memória , atenção , linguagem, capacidade de planejamento, capacidade de realizar seqüências de movimentos e outras áreas. Assim como ocorre com os exames de laboratório, diante de alguém com alterações evidentes da memória e de outras funções, a avaliação para efeito de diagnostico pode ser desnecessária. Mas para quem está em uma fase bem inicial da doença, ou para uma pessoa com alto nível de escolaridade, mesmo uma avaliação detalhada pode trazer resultado duvidoso. É por isso que, para algumas pessoas, o diagnostico não é feito de imediato, apenas após avaliações repetidas com intervalo de alguns meses, que mostram que está acontecendo um declínio.

CONTAR OU NÃO CONTAR?

Uma vez que a família é informada do diagnostico, uma das primeiras duvidas é se a pessoa deve ser informada sobre o seu diagnostico. Este dilema faz sentido apenas se o diagnostico é feito precocemente, já que, em uma fase mais avançada, a pessoa com doença de Alzheimer não consegue apreender o significado de estar com essa doença. Hoje, a tendência da família é preferir que o diagnóstico não seja revelado, com a idéia de que tal revelação poderá destruir a esperança e a motivação da pessoa e lançá-la numa limitação ainda maior. É difícil saber qual seria a atitude preferida pela própria pessoa com a doença de Alzheimer, já que, mesmo em uma fase inicial, pode haver algum prejuízo da capacidade de compreensão e de avaliação das implicações do diagnostico. Não existe uma resposta simples à pergunta “contar ou não contar?” Razoes para contar apontadas por cuidadores são: resistência a esconder algo de seu familiar, a percepção de que acabara descobrindo de qualquer modo e a necessidade de se preparar para o futuro. Alem disso, quando a decisão é não contar, devemos pensar no desgaste de envolver toda a família em uma conspiração de segredo para manter o diagnostico oculto. Há de se considerar dois pontos: se um médico receber a pergunta direta do próprio paciente sobre a doença a resposta terá de ser sincera, ou a relação médico-paciente será abalada; quando é feito o diagnostico de DA, muito provavelmente o medico tentara tratamento com medicação especifica, e nesse caso será necessário encontrar uma boa explicação para convencer alguém que supostamente não tem nada sério a tomar medicação com possibilidade de efeitos colaterais. Finalmente, contar ou não contar não é uma decisão do tipo tudo ou nada, existem maneiras de contar. Um modo possível de descrever a doença de Alzheimer é uma atrofia de partes do cérebro maior que a esperada no envelhecimento normal, em que a tendência é que as dificuldades se tornem mais intensas.

Oleaginosas e o Mal de Alzheimer




De acordo com um estudo publicado na revista científica Archives of Neurology, uma dieta rica em oleaginosas, como nozez, castanhas e amêndoas, peixes e legumes reduzem significativamente os riscos de uma pessoa desenvolver o Mal de Alzheimer, de acordo com publicação na revista científica Archives of Neurolory.

Foram analizados os hábitos alimentares de 2148 idosos nos Estados Unidos, em uma pesquisa do Medical Centre da Columbia University, chefiada pelo pesquisador Yian Gu. Dos idosos analizados, apenas 253 desenvolveram o mal. Os estudos revelaram um padrão nas dietas de todos os participantes no estudo.Adultos cujas dietas incluíam mais frutos oleaginosos, peixe, aves, frutas e verduras e menos laticínios gordurosos, carne vermelha e manteiga apresentaram muito menos chances de sofrer de demência.

Os pesquisadores acreditam que o segredo esteja nos diferentes níveis de nutrientes específicos que essa combinação de alimentos oferece, podendo diferentes níveis nutricionais influenciar diretamente nos riscos de demência.

Dietas ricas em ácidos graxos (como Ômega 3), vitamina E e folatos (como o ácido fólico), mas pobres em gorduras saturadas, parecem ser as melhores e obtiveram melhores resultados.

Os folatos têm a capacidade de reduzir os níveis do aminoácido homocisteína (associado, anteriormente, ao Mal de Alzheimer) na circulação sanguínea e a vitamina E pode oferecer proteção devido ao seu poder antioxidante.

Por outro lado, ácidos graxos saturados e monoinsaturados podem aumentar os riscos de demência, já que favorecem o surgimento de coágulos no sangue.

"Entender a conexão entre dieta e os riscos de demência pode ajudar a prevenir o desenvolvimento de doenças como o Mal de Alzheimer em algumas pessoas". Rebecca Wood, diretora-executiva do Alzheimer's Research Trust.

"Adaptar nosso estilo de vida à medida em que ficamos mais velhos - fazendo exercícios regularmente, prestando atenção à nossa dieta e mantendo uma vida social ativa - pode reduzir os riscos de demência".

"Mas infelizmente", acrescentou Wood, "não há dieta ou estilo de vida que elimine esses riscos por completo".

Benefícios dos exercícios físicos frente ao Alzheimer

Pesquisas realizadas revelam que os benefícios da prática de exercícios físicos se estendem além dos cardiovasculares. Estudos, como os realizados na suécia e publicado pela revista científica "Lancet" em 2005. Segundo as análises feitas, foi possível concluir que as pessoas com uma tendência genética a ter a doença podem reduzir o risco em até 60% se praticarem exercícios.

Resultados

As pesquisas foram feitas com um grupo de 1.500 homens e mulheres, dentre estes, cerca de 200 desenvolveram Alzheimer ou outras neuropatias entre 65 e 79 anos.

Os cientistas analisaram as atividades físicas dos participantes da pesquisa até 21 anos antes, quando eles ainda tinham cerca de 50 anos.

Pode-se observar que aqueles que praticarem exercícios durante a sua fase adulta apresentaram menor índice de desenvolvimento da DA, em relação ao grupo que não praticava exercícios, sendo que estes desenvolveram mais frequentemente os sintomas da doença.

A quantidade de exercício que aparentemente beneficiou os que não desenvolveram o mal foi de cerca de 20 a 30 minutos pelo menos duas vezes por semana, com intensidade suficiente para deixar a pessoa sem fôlego e suando. O tipo de exercício mais recomendado é a caminhada.

Melhoras no Cérebro

Os cientistas afirmaram que uma das razões para que o exercício físico provoque benefícios na prevenção do mal de Alzheimer, é que por causa deles é possível manter pequenos vasos sangüíneos do cérebro saudáveis, além de proteger contra pressão alta e diabetes.

A atividade física também pode reduzir a concentração da proteína amilóide, que se acumula no cérebro de pessoas com Alzheimer.

Diante disso fica claro que a prática de exercícios físicos é algo de extrema importância para se ter uma saúde em dia. Pratiquem exercícios!!

Fontes: